Tou-me a cagar!
Acabou o referendo deste ano sobre o aborto.
Havia 4 hipóteses, Sim, Não, Voto em Branco ou Tou-me a cagar. Ganhou o Tou-me a cagar.
O sim ficou em segundo e portanto será discutido em Assembleia da Republica e passará a ser Lei, como prometido pelo Primeiro-ministro.
Fiquei contente por ter ganho o sim. O caminho que isto estava a levar, indicava que os referendos sobre a despenalização do aborto iriam continuar a ser feitos, até que o sim eventualmente ganhasse. Por isso suponho que ontem tenha sido a última vez que ouvimos falar de referendos. Menos uma razão para levantar o rabo do sofá a um domingo, mas ainda há as legislativas, as autárquicas e as presidenciais.
Isto leva-me a fazer um pedido. Uma das razões da abstenção foi a chuva que se fez sentir. E chuva juntamente com o sol e praia, são as duas principais razões para não se ir votar. Proponho que se comece a pensar em alturas do ano que sejam mais convenientes para se fazer o caminho até às urnas. Há coisas pelas quais simplesmente não vale a pena sair de casa.
Mas...
Mas será que alguma coisa vai mesmo mudar, agora que o aborto é despenalizado até às 10 semanas em estabelecimento legalmente autorizado? Se pensarmos que esse “estabelecimento legalmente autorizado” faz parte do Serviço Nacional de Saúde, a resposta é, não!
Listas de Espera!
Uma mulher que queira interromper a sua gravidez e se dirija a um hospital público para o fazer, terá de esperar! Será ultrapassada por todos os casos mais urgentes do que o dela e quando receber a confirmação da data da operação, muito provavelmente já teve a criança.
Todos Ganham!
Basicamente todos ganham, tanto o sim como o não. É feita a despenalização do aborto, tal como queriam os apoiantes do sim. Mas, devido à clausula de apenas poder ser feito em estabelecimentos legalmente autorizados, a probabilidade de o aborto ser realmente feito é praticamente nula, pelo que o não também sai satisfeito.
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