Peço desculpa pela extensão do post mas certamente entenderão que não é propriamente um assunto sobre o qual seja fácil para mim falar, ou explicar
Já por algumas vezes fui abordado por pessoas na rua que me perguntavam como conseguia ter tanto sobre o que escrever, tantas experiências. É simples, eu não tenho medo de viver, de experimentar, mas há que ter limites e eu tenho os meus.
Game Boys, quando tinha 11 anos, estes eram objectos raros possuídos apenas por alguns escolhidos. O Game Boy era algo de muito cobiçado, em vez de irmos para a rua jogar futebol suar e aleijarmo-nos, podíamos ficar sentados usando apenas os dedos para jogar um jogo no qual tínhamos 3 hipóteses de viver a vida.
Essas pessoas que possuíam Game Boys eram uma espécie de Deuses, invejados por todos aqueles que não possuíam um Game Boy, mas havia esperança para os infelizes, pois podiam conhecer alguém que possuísse um, e assim aumentar as probabilidades de jogar. Era o meu caso, conhecia um rapaz, 2 anos mais velho, que tinha um. Nós costumávamos rodeá-lo e vê-lo jogar, como lobos numa alcateia à espera que o macho alfa parasse de comer. E ele, de vez em quando, parava e deixava alguém jogar, mas nunca me calhava a mim.
Um dia resolvi falar com ele e dizer-lhe, que gostava bastante de ser um dos seus seguidores, mas que queria alguma recompensa pela atenção e bajulação que lhe oferecia. Ele disse que eu tinha razão e estava disposto a deixar-me jogar Game Boy, o que seria uma pequena vitória para a minha pessoa, mas longe estava eu de saber que o macho tinha mais de alface que alfa. Ele disse que estava disposto a deixar-me jogar sob a condição de eu lhe mostrar, e passo a citar, “a pilinha”. Para além do claramente desnecessário uso do diminuitivo, isto foi tudo um grande choque para mim, que interesse poderia aquela pessoa ter, na minha “pilinha”, ele tinha um Game Boy não precisava de mais nada.
Eu era uma criança inocente, mas não era burra e vi logo que aquilo não era normal e disse que não, preferia não jogar Game Boy. Ele perguntou-me se eu não a queria mostrar por ser pequeninha, como até a essa altura nunca tinha medido, e mesmo que tivesse medido, não possuia os dados estatísticos necessários a uma resposta exacta a essa pergunta, fugi.
Acabei por nunca jogar Game Boy e a partir daí nunca mais segui outro grupo, pessoa ou moda. Um amigo a quem, na altura, contei o que se passou, disse que tinha sido burro, que não me custava nada ter mostrado e podia ter jogado Game Boy... há coisas que simplesmente não valem a pena
6 comentários:
É assim mesmo!! Nada dessas "homossecssualidades"!
E esse gajo evoluiu nas suas preferencias?
não faço ideia, nunca mais lhe falei
não sei quem pagou tributo, mas quem disse que eu devia ter pago o tributo tu conheces :p
Eu nessa altura tinha uma Master System, e mais tarde uma Mega Drive... não imaginam o status que tais items traziam, era popularíssimo e tinha a campainha da porta sempre a tocar. É a primeira vez, porém, que vejo uma história que combina consolas dos anos 90 com aproveitamento do status para coerção emocional, com fins homorrabetas. Tenho sim uma história que se passou numa casa de banho pública, mas isso pode ficar porventura para outras núpcias.
isso pode ficar para outra vida diria. acontecimentos em casas de banho públicas, passados ou futuros, não têm espaço na minha mente, muito dada a imagens mentais
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