Eu, como muitas pessoas (pelo menos é o que espero) não gosto de usar a casa de banho pública para a menos nobre das excreções corporais.
Sempre pensei nesta minha opção de vida como uma escolha higiénica, mas devido a acontecimentos recentes dei comigo a pensar no assunto de outra forma.
Todo o processo é relativamente inibidor e perigoso, para o nosso cérebro reptiliano. Desde o reduzido espaço, ao total desconhecimento do que se passa fora desse espaço, leva-nos a um estado de stress insuportável por qualquer ser humano (ou apenas a mim)
Estar reduzido a um espaço confinado, é algo que por si só pode criar bastante tensão, mas aliado ao pensamento de a qualquer momento alguém pode entrar e que nós não seremos capaz de ocultar algo que uma simples porta não esconde, pode ter efeitos irreversíveis ao orgulho de uma pessoa.
Realmente alguém pode entrar a qualquer momento, se tivermos sorte essa mesma pessoa não demorará muito tempo, e basta esperarmos que essa pessoa se vá embora para prosseguirmos o serviço. Mas há casos em que a pessoa não entrou para uma visita rápida, e vem fazer-nos companhia para o cubículo adjacente e o pensamento de que apenas uma fina parede de cimento separa todo o som, invade-me. Ai inicia-se uma luta, nenhum dos lados está disposto a ceder, nenhum quer soltar algo mais... mais sonoro e tudo pára, até que alguém desiste e sai antes mesmo de começar.
Mas o pior caso é quando estamos a sair e nesse mesmo momento alguém conhecido entra e é impossível ocultar a marca da nossa vergonha...
Mas nem sempre espaços pequenos são sinónimos de desconforto. Gosto particularmente dos provadores de roupa, que vejo como pequenos jardins Zen, onde paro para me sentir uno comigo mesmo e pensar na vida e no mundo que me rodeia, como as pessoas que estão lá fora à espera que eu saia.
Está aí alguém?...
Há 14 anos
1 comentário:
é um assunto mto pertinente.
eu, p. ex., sempre fui apologista de colocarem cubículos à prova de som nas casas de banho públicas, claro que depois teríamos o problema da ventilação, m pronto, era uma ideia...
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